novembro 10, 2024

O Acordo de Paris: será que vai salvar o planeta?


O Acordo de Paris, assinado em 2015, é um compromisso global em que países de todo o mundo prometem fazer o possível para frear o aumento da temperatura na Terra e tentar conter o aquecimento global. Esse tratado é basicamente um "acordo de boa vontade" entre países que assumem metas individuais, as famosas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A meta mais ambiciosa é limitar o aquecimento global a, no máximo, 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. Mas... será que papéis e assinaturas são suficientes para dar conta de algo tão gigante?

Quem Entra, Quem Sai: A Montanha-Russa dos EUA no Acordo de Paris

Os Estados Unidos, uma das maiores economias e um dos maiores emissores de CO₂ do planeta, entraram no Acordo em 2016, mas não duraram muito. Quando Trump assumiu a presidência, decidiu que os EUA sairiam do Acordo de Paris em 2020, alegando que isso prejudicava a economia do país. Só que logo em seguida, Joe Biden foi eleito e, em 2021, ele trouxe os EUA de volta ao Acordo. Agora, com a nova eleição de Trump em 2024, a montanha-russa continua, já que a equipe dele está preparando uma nova saída para 2025.

Essa dança de "entra e sai" levanta uma questão importante: quanto impacto esses compromissos têm se, a cada troca de presidente, um país como os EUA pode decidir abandonar o acordo? É um reflexo de que, muitas vezes, os interesses econômicos falam mais alto que o compromisso ambiental.

O Papel do Acordo: Promessa ou Mudança Real?

O Acordo de Paris é um marco para a diplomacia climática, mas há uma questão que muitos se perguntam: ele realmente funciona? Se todos cumprirem suas promessas, pode haver uma redução nas emissões de carbono. Mas será que isso é suficiente para reverter ou estabilizar o clima? Afinal, a Terra já passou por mudanças climáticas intensas, como as eras do gelo, sem qualquer ação humana envolvida. Isso levanta uma dúvida: será que o clima do planeta, com forças naturais tão imensas, pode realmente ser controlado apenas pelo corte de emissões?

Forças da Natureza ou Ação Humana?

Há cientistas e estudiosos que acreditam que as ações humanas têm um impacto real e significativo no aquecimento global. Outros, porém, questionam essa visão e apontam para fatores climáticos naturais – como atividades solares, vulcões e ciclos climáticos milenares – que influenciam o clima de maneira intensa e fora do controle humano. Mesmo com reduções de emissões, o clima da Terra responde a forças muito maiores, e é discutível até que ponto essas ações podem influenciar drasticamente o curso natural do planeta.

A COP30 e a Nova Reiteração do Acordo – Belém no Centro das Atenções

Em 2025, o Acordo de Paris será revisitado na COP30, que ocorrerá em Belém do Pará, no coração da Amazônia. A escolha de Belém é estratégica, já que a Amazônia é frequentemente chamada de "pulmão do mundo", embora, na verdade, seu papel na produção de oxigênio e absorção de CO₂ seja complexo. Esse evento será uma oportunidade para revisitar o Acordo e para que países ajustem suas metas. Mas o questionamento continua: mais uma rodada de promessas e metas ambiciosas será suficiente para gerar uma mudança real?

Perguntas que Ficam

Com tantas reuniões, COPs e acordos, fica a dúvida: será que o planeta realmente sente o impacto positivo de tudo isso? Afinal, sem ações consistentes e um compromisso duradouro (que não dependa de quem está no poder), os acordos podem acabar sendo mais simbólicos do que efetivos. E, enquanto isso, o clima da Terra continuará a seguir ciclos próprios, influenciados por forças que vão muito além do nosso controle.

O Acordo de Paris é uma tentativa admirável de unir o mundo em torno de um objetivo comum. Mas o desafio não é pequeno: conciliar os interesses econômicos e políticos de cada país com a urgência das mudanças climáticas não é tarefa fácil. Talvez, em vez de um simples acordo, o mundo precise de uma mudança de mentalidade global – uma tarefa ainda mais difícil de alcançar.

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