novembro 24, 2024

San Marino: A república mais antiga do mundo

 


Se você acha que as repúblicas modernas nasceram na França com a Revolução Francesa ou nos Estados Unidos com George Washington, prepare-se para uma surpresa histórica. A pequena, mas resistente República de San Marino, encravada no coração da Itália, detém o título de república mais antiga do mundo. Sua história remonta ao longínquo ano de 301 d.C., e ela continua firme e forte, com a mesma configuração desde então. Vamos explorar essa joia europeia, cheia de história, curiosidades e política!

Como tudo começou? Um refúgio nas montanhas 

San Marino foi fundada por um pedreiro chamado Marino (de onde vem o nome do país), que fugia das perseguições do Império Romano contra os cristãos. Ele se estabeleceu no Monte Titano, uma região elevada e isolada que hoje forma o coração do território sanmarinense. Ali, ele fundou uma comunidade autossuficiente, baseada na liberdade e no respeito mútuo.

Essa pequena comunidade cresceu em número e em reputação, e no século IV já tinha se organizado como uma república independente, governada por assembleias locais. Mesmo enfrentando invasões e pressões externas, San Marino conseguiu preservar sua autonomia ao longo dos séculos. É por isso que o país é conhecido como a "Terra da Antiga Liberdade", um slogan que até hoje estampa sua bandeira.

Por que San Marino é a república mais antiga do mundo? 

San Marino tem uma peculiaridade impressionante: é o país mais antigo com a mesma configuração política. Enquanto outras nações tiveram suas fronteiras e governos completamente transformados ao longo da história, San Marino manteve seu sistema de governo republicano praticamente intacto desde sua fundação.

A Constituição de San Marino, datada de 1600, é uma das mais antigas em vigor no mundo. E sabe o mais curioso? Eles ainda seguem um modelo de governança medieval chamado de Capitães Regentes. Esses dois líderes, escolhidos a cada seis meses, representam o poder executivo do país. Isso mesmo: dois presidentes por vez e mandatos de apenas seis meses!

Como é San Marino hoje? Um país minúsculo, mas cheio de personalidade 

Com apenas 61 km², San Marino é uma das menores nações do mundo. Tem cerca de 34 mil habitantes, ou seja, é menor que muitas cidades brasileiras. Apesar disso, é um país vibrante, com suas charmosas ruas medievais, paisagens montanhosas e turistas aos montes.

A economia de San Marino é baseada no turismo, na venda de selos e moedas para colecionadores, e em algumas indústrias leves. No passado, o país ganhou fama como paraíso fiscal, atraindo empresas e fortunas que queriam escapar de impostos altos. Recentemente, porém, San Marino reformou suas leis para evitar a reputação de sonegador global.

A relação entre San Marino e a Itália 

San Marino é cercada pela Itália por todos os lados, mas isso não significa que seja parte dela. Os dois países mantêm uma relação de interdependência amigável. Por exemplo:

  • A moeda oficial de San Marino é o euro, embora o país não faça parte da União Europeia.
  • Não há fronteiras físicas entre San Marino e a Itália, e o trânsito de pessoas e mercadorias é livre.
  • A Itália cuida de boa parte da defesa do território sanmarinense, embora San Marino tenha sua própria força policial.

Esse vínculo é tão estreito que muitos sanmarinenses vivem na Itália e vice-versa. Porém, San Marino faz questão de manter sua soberania e sua identidade distinta.

Relações exteriores: o mundo conhece San Marino? 

San Marino pode ser pequeno, mas sabe se fazer ouvir no cenário internacional. É membro da ONU, do Conselho da Europa e de várias outras organizações internacionais. Suas políticas externas são marcadas pela neutralidade e pelo compromisso com a paz. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, San Marino acolheu milhares de refugiados, apesar de sua própria escassez de recursos.

E o Brasil? Embora não haja uma relação intensa, San Marino e Brasil mantêm relações diplomáticas cordiais. Os dois países compartilham embaixadas e emitem acordos para facilitar o trânsito de pessoas. Curiosidade: há brasileiros descendentes de sanmarinenses, principalmente em São Paulo, onde famílias emigraram no início do século XX.

Curiosidades sanmarinenses para contar no bar 

  1. Bandeira e brasão cheios de simbolismo: A bandeira de San Marino é branca e azul, e o brasão exibe três torres que representam os castelos no Monte Titano. Esses castelos (Guaita, Cesta e Montale) são os principais pontos turísticos do país.

  2. Uma história de generosidade: Abraham Lincoln era tão fã de San Marino que aceitou se tornar cidadão honorário do país. Em uma carta de agradecimento, ele elogiou a história de liberdade e resiliência da pequena república.

  3. Maratona diplomática: O sistema dos Capitães Regentes é tão único que, ao final do mandato de seis meses, eles visitam diversas nações para reforçar laços diplomáticos.

  4. Euro personalizado: San Marino cunha suas próprias moedas de euro com desenhos únicos, que são objeto de desejo entre colecionadores.

San Marino: muito mais do que um paraíso fiscal 

Apesar de seu tamanho diminuto, San Marino tem uma presença histórica e política que supera suas limitações geográficas. Como a república mais antiga do mundo, carrega um legado de liberdade e resiliência que poucos países podem reivindicar. Sua relação estreita com a Itália, sua neutralidade diplomática e sua economia adaptável são exemplos de como um país pode se manter relevante, mesmo sendo pequeno.

Visitar San Marino é como voltar no tempo: suas ruas medievais, seus castelos no Monte Titano e seu charme histórico nos lembram que, em geopolítica, o tamanho não é documento!

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